Poesias ao universo

 

Rumi - A hora da união

De toda parte chega o segredo de Deus;
eis que todos correm desconcertados.
Dele, por quem todas as almas estão sedentas,                            
chega o grito do aguadeiro.
Todos bebem o leite da generosidade divina
e querem conhecer o seio de sua nutriz.
Apartados, anseiam por ver
o momento do encontro e da união.

A cada nascer do sol oram juntos
muçulmanos, cristãos, judeus.
Abençoado todo aquele em cujo coração
ressoa o grito celeste que chama: Vem!
Limpa bem os ouvidos
e recebe nítida essa voz
- o som do céu chega como um sussurro.
Não manche teus olhos
com a face dos homens
- vê que chega o imperador da vida eterna.
Se te turvarem os olhos,
lava-os com lágrimas,
pois nelas encontrarás
a cura de teus males.
Acaba de chegar do Egito
uma caravana de açucar
- já se ouvem os sinos e os passos cansados.


Silêncio!
Eis que chega o Rei
para completar o poema.

Vincent van Gogh

Blog 1853

"ANDEI POR ESTA TERRA DURANTE TRINTA ANOS E, POR GRATIDÃO, QUERO DEIXAR ALGUMA LEMBRANÇA 

Van Gogh

Pendo e repenso sobre Van Gogh,
A sensibilidade e a utopia do artista e uma invulgar forma de sentir, olhar e viver.
Talvez, sua vazão pela arte tenha vindo através da busca por Deus.
O fato de não conseguir ser aceito como pastor, transformou a busca intensa, através de sua arte; que transmite com paixão que Deus e a natureza são um.

É maravilhoso o que os historiadores,biógrafos vêm conseguindo fazer colocando uma infinidade informações, tanto em ordem cronológica quanto em blocos temáticos, e agora começamos entender e a configurar a vida bastante complexa dos vários dramas, obsessões, ideais,perdas, em suma, a biografia de Vicent Van Gogh e a intensa amizade com o irmão Theo no final do sec.XIX.

A relação de Vincent e Theo, a depressão de Van Gogh,o desconhecimento em como tratar a doença e o nascimento de um gênero de pintura,o Expressionismo.

Com este irmão, estabeleceu uma forte relação de amizade. Através das cartas que trocou com com o irmão, os pesquisadores conseguiram resgatar muitos aspectos da vida e do trabalho deste magnifico  pintor.
Desde que as cartas de Vincent van Gogh tornaram-se conhecidas com a sua primeira publicação de quase um século atrás, têm atraído o interesse e admiração que merecem. Foram rapidamente entendidas como uma rica fonte de informações sobre a história de vida emocionante de Van Gogh e um trabalho excepcional, e havia amplo reconhecimento das qualidades intrínsecas de sua escrita:o tom pessoal, estilo e linguagem evocativa. A combinação destes fatores levou algumas pessoas que estavam em posição de saber a conceder o status de literatura da correspondência. O poeta WH Auden, que publicou uma antologia com uma breve introdução, escreveu"não há praticamente uma carta de Van Gogh que eu, que certamente nao sou nenhum perito, não acho fascinante.
Jan Hulsker, durante décadas, uma autoridade sobre a correspondência de Van Gogh, sem reservas, colocou as cartas sobre o nível da literatura mundial: "Vincent foi capaz de expressar-se esplendidamente, e é esta escrita notável talento que tem garantido as letras a sua duração coloque na literatura mundial, muito para além da sua importância para o estudo da sua vida e obra. ... Em muitas cartas suas emoções e crenças são expressas tão fortemente e de forma convincente que um escritor "real" dificilmente poderia ter melhorado em cima deles
"Naturalmente, qualificações como esta são, em parte, pessoal, mas se, de acordo com a essência da literatura, compreende-se que ela expressa a geralmente válida até o específico, a condition humaine, então não pode ser negado que as cartas de Van Gogh são de fato altamente literário.

O amor é eterno - a sua manifestação pode modificar-se, mas nunca a sua essência... através do amor vemos as coisas com mais tranquilidade, e somente com essa tranquilidade um trabalho pode ser bem sucedido. 
Vincent Van Gogh
Flowerbeds in Holland, April 1883

Vincent Van Gogh
Vincent van Gogh Holland Flower Bed Poster Premium Poster

Camas de flor na Holanda 

1883 

"...As cores se sucedem como que sozinhas e ao tomar uma cor como ponto de partida me vem claramente a cabeça o que deduzir, e como chegar a dar-lhe vida. Não posso entender, por isso, a grosso modo, que um pintor faz bem quando parte das cores de sua palheta em vez de partir das cores da natureza. Interessa-me menos que minha cor seja precisamente idêntica, ao pé da letra, a partir do momento em que minha tela ela fique tão bela quanto na vida. A cor, por si só, exprime alguma coisa, não se pode prescidir disso, é preciso tomar partido. O que produz beleza, beleza verdadeira, também é verdadeiro e isso realmente é pintura e é mais belo que a imitação exata das próprias coisas."

 Vicent Van Gogh

Quando os olhos vêem o que ninguém mais vê

Imagens aparecem mesmo sem querer


Quando cada sonho se torna real


E tudo que acontecem é sempre um aviso, um sinal

Se um dom especial é dado prá alguém


É prá ajudar o bem na luta contra o mal

É como a luz do sol que toca um cristal


E em sete cores mostra assim


Que tudo é natural


É como o som do mar que vem nos alcançar


Prá nos mostrar o amor

O amor que existe além do olhar

Longe da razão o fogo da paixão


Arde o universo, queima meu coração


Passado ou futuro junto com você


Eu te sinto em todo o mundo


E nas estrelas posso ver

Se um dom especial é dado prá alguém


É prá ajudar o bem na luta contra o mal

É como a luz do sol que toca um cristal


E em sete cores mostra assim


Que tudo é natural


É como o som do mar que vem nos alcançar


Prá nos mostrar o amor

O amor que existe além do olhar


alem do olhar -ivo pessoa





File:VanGogh-View of Arles with Irises.jpg



View of Arles with Irises, 1888, Van Gogh Museum, Amsterdam



Pomar com florescência de árvores de ameixa 

1888




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O pintor holandês foi influenciado por Hals, Rembrandt, Seurat e pelo japonismo. Primogênito de uma família tradicional de origem calvinista, acabou por suicidar-se (teoria já posta em duvida na atualidade). Em sua busca por estabelecer-se na sociedade passou por diversas profissões: de pastor radical, fiel aos princípios da Bíblia, a pintor da natureza, amante do cachimbo, do absinto. .. Van Gogh assimilava em sua técnica as questões estéticas dos movimentos artísticos que surgiram no período, adaptando-os ao seu estilo. Suas investigações artísticas resultaram em uma imensa obra que influenciou de forma profunda a arte do século XX.
Sempre pretendeu estabelecer relações pessoais duradouras com a família, amigos, com pessoas em seu meio. Porém, apenas seu irmão Théo se manteve do seu lado ao longo de sua vida conturbada. De sua grande produção epistolar (cerca de 800 cartas), a primeira e a última foram destinadas ao irmão. Com ele mantinha uma relação intensa - com desentendimentos, apoio mútuo, grande intimidade. Muito mais que irmãos, Vincent e Théo eram complementares.Ao longo da vida, Vincent van Gogh escreveu mais de 750 cartas ao irmão, Theodore, quatro anos mais novo, mas por quem foi sustentado durante longos períodos. Nesses escritos, discorre longamente sobre seu processo criativo, sobre seu relacionamento com o irmão e amigos e sobre o avanço progressivo da dita insanidade. A extensa e emocionada correspondência seria mais tarde reunida em livro.






Trechos de cartas de Vincent Van Gogh a seu irmão Théo


Desde el momento que nos esforçamos por viver sinceramente, tudo  foi muto bem aún si hemos de sufrir inevitablemente sinceros pesares y verdaderas desilusiones; probablemente cometeremos también graves faltas y malas acciones, pero es cierto que más vale tener espíritu ardiente, aún si se han de cometer faltas, que ser mezquino y demasiado prudente.

Es bueno amar todo lo posible, pues en eso reside la verdadera fuerza, y el que ama mucho realiza grandes cosas y es capaz de realizarse, y lo que se hace por amor está bien hecho; si se siente uno impresionado por uno que otro libro, por ejemplo, tomándolos al azar, La golondrina, La alondra, El ruiseñor, Las aspiraciones del otoño, Veo desde aquí una dama, Me gusta esa pequeña ciudad singular, de Michelet, es porque esos libros han sido escritos con el corazón, en la simplicidad y pobreza de espíritu. Si se pronunciaran solamente unas cuentas palabras, que tuvieran un sentido, se haría mejor que pronunciar muchas que sólo fueran sonidos huecos y que podrían pronunciarse con tanta mayor facilidad cuanta escasa utilidad tuvieran.

Si se sigue amando sinceramente lo que es, de verdad, digno de amor, y si no se derrocha el amor en cosas insignificantes, y nulas, e insípidas, se logrará poco a poco más luz y uno se hará más fuerte’…


"Sou um homem de paixões, capaz de fazer coisas mais ou menos tolas, e delas dependente, e das quais mais ou menos me arrependo depois... deverei considerar-me um homem perigoso, incapaz de qualquer coisa?
... minha única preocupação é: como posso ser útil no mundo? Não poderei servir a algum propósito e ser de alguma utilidade?
E então sente-se um vazio onde deveria haver amizade e afeições sérias e fortes, e um desânimo terrível que corrói a propria energia moral, e o destino parece colocar uma barreira aos instintos de afeição, e uma sufocante onde de nojo nos envolve. Por quanto tempo, meu Deus?"

An intense woman with black hair, elbow rests on a table of books and stares to the left.
L'Arlesienne: Madame Ginoux with Books, November 1888. The Metropolitan Museum of Art, New York, New York (F488).
A white-bearded man in a broad yellow hat gazes to the right.
Patience Escalier, second version August 1888, Private collection (F444)
An open faced, well dressed, young woman with reddish-blond hair gazes to the right.
La Mousmé, 1888, National Gallery of Art, Washington D.C.
A blackbearded man in a uniform and red Fez; looks to the right
Le Zouave (half-figure), June 1888, Van Gogh Museum, Amsterdam (F423)

Prefiro pintar os olhos dos homens a ter que pintar catedrais,porque nos olhos há algo que não está nas catedrais;alguma coisa majestosa e imponente, na alma de um homem,algo que quando sendo pobre e maltrapilho,ou uma mulher de ralé,é mais interessante para mim ...Vincent


Imagem

 auto retrato 

andando “na estrada ensolarada para 

Tarascon 

 carregando seus 

apetrechos de pintura,com telas,

blocos de desenho,penas e pincéis:

as sementes de fé.
O Semeador "(1888) por Vincent van Gogh
A man is scattering seeds in a ploughed field. The figure is represented as small, and is set in the upper right and walking out of the picture. He carries a bag of seed over one shoulder. The ploughed soil is grey, and behind it rises standing crop, and in the left distance, a farmhouse. In the center of the horizon is a giant yellow rising sun surrounded by emanating yellow rays. A path leads into the picture, and birds are swooping down.
The Sower, 1888, Kröller-Müller Museum


“Considero que fazer estudos é como semear”, 
disse certa vez,anseio pela época da colheita”. 
Vincent van Gogh




"...As cores se sucedem como que sozinhas e ao tomar uma cor como ponto de partida me vem claramente a cabeça o que deduzir, e como chegar a dar-lhe vida. Não posso entender, por isso, a grosso modo, que um pintor faz bem quando parte das cores de sua palheta em vez de partir das cores da natureza. Interessa-me menos que minha cor seja precisamente idêntica, ao pé da letra, a partir do momento em que minha tela ela fique tão bela quanto na vida. A cor, por si só, exprime alguma coisa, não se pode prescidir disso, é preciso tomar partido. O que produz beleza, beleza verdadeira, também é verdadeiro e isso realmente é pintura e é mais belo que a imitação exata das próprias coisas."
 Vicent Van Gogh


Vincent van Gogh pintava sempre as árvores tão grandes que elas iam além das estrelas. As estrelas eram pequenas, o Sol e a Lua eram pequenos e as árvores eram imensas... Alguém lhe perguntou: Você é maluco? Por que nunca pára de pintar árvores tão grandes? A estrela mais longínqua fica a milhões e milhões de anos-luz e as suas árvores vão sempre além das estrelas! Que maluquice é essa?
E Van Gogh riu e disse: Eu sei! Mas sei de outra coisa também, da qual você não se dá conta. As árvores são os anseios da terra para transcender as estrelasEu estou pintando os anseios, não as árvores. Estou mais preocupado com a fonte, não com o objectivo. É irrelevante se elas alcançam as estrelas ou não. Eu pertenço à terra,sou parte dela e compreendo o anseio da terra. Esse é o anseio da terra expresso através das árvores ir além das estrelas. 
foreground has three erect trees in front of water reflecting green plants behind it, while the background has rows of trees, a few buildings and either trees or hills.
View of Arles, Flowering Orchards, 1889,
Neue Pinakothek 
a fixação de van gogh em estrelas e céu noturno, e principalmente no azul e dourado , cores da suprema consolação em cristo no céu. 

Quando sinto uma terrível necessidade de religião,
saio à noite para pintar as estrelas.
Vincent Van Gogh


noite estrelada sobre o ródano, setembro de 1888 - em destaque, o grande carro da ursa maior.



Quando sinto uma terrível necessidade de religião,
saio à noite para pintar as estrelas.
Vincent Van Gogh


reprodução

O céu no Ródano e em Saint Rémy visto por um Van Gogh a procurar Deus,no verão de 1889


Homem Velho Com a Cabeça em Suas Mãos - Van Gogh - undonut.com.br

HOMEM VELHO COM A CABEÇA EM SUAS MÃOS (1890)






E pouco a pouco eu posso vir a olhar para a loucura 

como uma doença como outra qualquer. 
Mas a questão do dinheiro, o que se faz, está sempre conosco, 
como o inimigo de frente para as tropas, 
e não pode ser negada ou ignorada.


                                                                                                                                                                                                 Retrato de Père Tanguy

Se você fosse pouco sério e pouco profundo, eu poderia temer que isso não durasse muito. Mas como acredito que você seja muito sério e muito profundo, sou levado a crer que isto durará.

Van Gogh Cartas a Théo.

Vincent e Theo enterrados lado a lado em Auvers-sur-Oise. A sepultura de Vincent traz a inscrição Ici Repose Vincent van Gogh (1853–1890), a de Theo Ici Repose Theodore van Gogh (1857–1891)



vinhedo-vermelhoEnquanto vivo, Vincent Van Gogh vendeu um único quadro, “O Vinhedo Vermelho”, pelo modesto valor de 400 francos. O comprador foi seu irmão Theo, que o sustentou durante sua vida e tinha todo o controle das dívidas contraídas pelo pintor anotado em um caderno.

Vindo a falecer 29 de julho de 1890, em uma suposta tentativa de suicídio, Van Gogh não presenciou a importância de sua obra em sequer um momento de sua vida, embora, nos dias de hoje, suas obras figurem entre as mais valiosas do mundo, chegando a custar centenas de milhões de dólares cada.Este é o único quadro que Vincent Van Gogh vendeu enquanto era vivo, lhe rendendo 400 francos, algo em torno de mil dólares nos dias de hoje.
Produzida em 1888, a tela foi comprada por Anna Boch em uma exposição realizada em Bruxelas em 1890. Anna era irmã de Eugene Boch, artista belga que havia sido tema de um retrato de Vincent alguns anosantes.
Agora ela se encontra no Museu Estatal Pushkin de Belas Artes, em Moscou.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre./internet
Museu Van Gogh - Site oficial do Museu Van Gogh, em Amsterdã, inaugurado em 1973. Contém biografia, fotos e reprodução de obras. Textos disponíveis em holandês, inglês, espanhol, italiano, alemão e japonês. 
Masp - Aqui podem ser conferidas as obras de Vincent van Gogh que fazem parte do acervo do Museu de Arte de São Paulo, o Masp. 
Van Gogh Gallery - Página em inglês, com muitas informações sobre o artista, incluindo biografia, cronologia e lista das principais obras, além de downloads de proteções de telas para computador. 
WebMuseum - O site traz reproduções de dezenas de quadros de van Gogh. 
Van Gogh's Letters - Site com cartas escritas por Van Gogh, catalogadas por data e assunto, com recurso adicional de busca por palavras. Em inglês. 
The Vincent van Gogh Gallery - Site em ingles sob responsabilidade de David Brooks, com 2.174 obras listadas e comentadas, entre desenhos, e pinturas.

Website Van Gogh & Gauguin - O site é do Museu van Gogh de Amsterdam e fala da relação entre os dois, mostra os quadros produzidos neste período, correspondências e críticas.  van Gogh, Bridges across the Seine at Asnières
Summer, 1887.



disse Van Gogh, em carta a seu irmão, 
“quanto mais caio aos pedaços, quanto mais inválido e fraco me sinto, 
tanto mais artista me torno; pois graças à doença 
concebo ideias em profusão para trabalhar”.

Poeira ao vento

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 A VOZ DO INFINITO: 
 Através do universo visível, nosso espírito deve sentir a presença do universo invisível, sobre o qual estamos . Tudo o que vemos não passa de aparência: o real é o invisível, a força, a energia,  que tudo leva para o infinito e o eterno. Pouco importa que o corpo desagregue depois da morte. A alma permanece. 
Na noite profunda e silenciosa tudo se move impulsionado pelo sopro divino. Nessas horas de tranqüilo recolhimento, não ouvis a voz do infinito? 

Fonte: Antologia do Pensamento Mundial – Livraria e Editora Logos Ltda.

                                                                                           **

Faltam-te pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo, e reflete, como a mina de rubis, os raios de sol para fora de ti. A viagem conduzirá o teu ser, transmutará teu pó em ouro puro.
Rumi

“Chegou a hora de transformar o seu coração
em um templo de fogo.
Sua essência é o ouro escondido na poeira.
Para revelar seu esplendor
você precisa queimar no fogo do amor.”

                                                                     
Deserto do Saara 
   **

POEIRA

Eu fecho meus olhos

Apenas por um momento
E o momento se foi
Todos os meus sonhos
Passaram diante dos meus olhos, uma curiosidade
Poeira ao vento
Tudo o que eles são é poeira no vento
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A mesma velha música
Apenas uma gota de água
Em um mar sem fim
Tudo o que fazemos
Desintegra no chão
Embora nós nos recusamos a ver
Poeira ao vento
Tudo o que somos é poeira ao vento, oh

Agora, não espere
Nada dura para sempre
Mas a terra e o céu
Ele fugirá
E todo o seu dinheiro
Não vai comprar outro minuto
Poeira ao vento
Tudo o que somos é poeira no vento 
Tudo o que somos é poeira no vento 
Poeira ao vento
Tudo é poeira no vento 
Tudo é poe
                                                                      **

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O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo

Poemas Místicos
Jalal al-Din Husain Rumi
Vêm
Te direi em segredo
aonde leva esta dança
Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteadas.

Cada átomo
Feliz ou Miserável,
Gira apaixonado 
Em torno do sol.

Ninguém fala para si mesmo em voz alta
Já que todos somos um,
falemos desse outro modo.

Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo

Vem, se te interessas, posso mostrar-te.
Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti, para que escapasses.

Primeiro, foste mineral,
depois, te tornaste planta,
e mais tarde, animal.
Como pode ser segredo para ti?

Finalmente, foste feito homem,
com conhecimento, razão e fé
Contempla teu corpo - um punhado de pó

Vê quão perfeito se tornou! 
Quando tiverdes cumprido tua jornada
decerto hás de regressar como anjo,
depois disso, terás terminado de vez com a terra,
e tua estação há de ser o céu.
Não durmas,
senta com teus pares.

A escuridão oculta a água da vida,
Não te apresses, vasculha o escuro.
Os viajantes noturnos estão plenos de luz
Não te afastes pois da companhia de teus pares. 


Faltam-te pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo,
e reflete, como a mina de rubis,
os raios de sol para fora de ti.


A viagem conduzirá o teu ser,
transmutará teu pó em ouro puro.

Deserto do Saara no Maciço de Tadrart Acacus, na Líbia.

Poeira leve, a vibrar as moléculas: poeira
Que um pobre sonhador, à luz da Arte, risonho,
Busca fazer faiscar: pó, que se ergue à carreira
Do Mazepa do Amor pela estepe do Sonho.


Para ver-te subir, voar da crosta rasteira
Da terra, a trabalhar, todas as forças ponho:
E a seguir teu destino, enlevada, a alma inteira
O teu ciclo fará, seja suave ou tristonho.


Não irás, com certeza, alto ou distante. O insano
Pó não és que, a turvar o céu claro da Itália,
Traz o vento, a bramir, do Deserto africano:


Que és o humílimo pó duma estrada sem povo,
Que, pisado uma vez, pelo ambiente se espalha,
Sente um raio de Sol, cai na terra de novo.

HUMBERTO DE CAMPOS

O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo.


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Gi Stadnicki


Se é para transformar, começa contigo mesmo.
Se é para falar, que seja para bendizer...
Se é para sentir, por favor, que seja com a alma...
E ao te expressares, atenta para que tua verdade tenha como base o respeito, a generosa oferta de mãos perfumadas de desapegos...não precisamos mais de palavras vazias, o mundo está corroído delas...
Precisamos de contato, de irmãos. Se é para viver, que seja em união...
Se é para nos aproximarmos de alguém...que seja sem máscara, que seja de cara, e ego lavados...
E de mãos postas, reverentemente, te curva...porque se for para ser amado, que seja em graça...
Porque se o amor acontece...
É porque Deus desce, e caminha na mesma estrada conosco.
"Cada situação que você passou teve grande valor,cada lágrima,cada sorriso,foram essenciais para a composição do 
seu ser.Não se amargure pensando que poderia ter sido de 
outro jeito...não! Filtre de todas as experiências vividas,a 
melhor parte,construa com elas asas fortes,e voe!!! Voe e 
alcance seus objetivos,com gratidão e paz..."
Gi Stadnicki
🌻
A vida é assim, cheia de nuances...dias de sol na alma,e dias de tempestades no coração...dias que queremos abraçar todos na rua, e dias que só o escuro da solidão faz sentido.
Assim é a alma.
Mas o que realmente importa é sabermos que temos esperança,que as dores passam, que o sorriso volta, que o rosa não precisa virar cinza sempre.
Graças a Deus viver é assim, montanha russa mesmo, bom pra gente se amoldar, e aprender que o equilíbrio vale cada segundo da busca.
❤️
 Que os planos de Deus sejam manifestos em ti...realizados pela doçura dos teus olhos, pela ternura da tua voz, pela bondade de tuas mãos. Todo universo espera, com paciência sábia, que tua consciência aflore, alerte, e tu abraces...tua missão de harmonizar, de suavizar à partir de ti, toda criação divina ao teu redor. Pense nisto, é urgente que o teu calor acalente tudo...
Gi Stadnick

"Aceitar que precisamos, e muito, uns dos outros amplia demais nossa visão de amizade, de paz, de caridade. Mas nenhuma dessas dádivas da visão é possível sem a humildade, matéria prima de tudo que dura, que permanece, que tem raiz." 
Gi Stadnicki
🌻
Adorna teus ouvidos com flores...
Flores que com seu perfume, filtrem as muitas vozes externas que destilam tolices, rixas, desventuras e pessimismos...e nublam tua intuição, escurecem tua vista, descaracterizam teu ser.
Flores que harmonizem com o bem que mora em ti, os sons da sabedoria que ecoam aos ventos, te permitindo aceitá-las com mais facilidade e boa vontade...
Que as flores separem o joio do trigo e tragam leveza a teu espírito.
Sim, começa o dia com jardins nos sentidos, assim, quem sabe, serás mais feliz.
Gi Stadnicki

Guarda-nos Senhor...de quem nada nos acrescenta.
Do que nada edifica.
E nos livra igualmente dos abismos cavados por nós mesmos...
E que tenhamos o discernimento de reconhecer isso.
Percebendo o que só vem para o mal...e desviando enquanto é tempo...
Sem tantos arranhões...sem tantos cacos pelo chão.
Sem rios de lágrimas...
E sim, um oceano de fé.
Amém.
Gi Stadnicki.
🌻
                  
                     🌹
Acredite que existe dentro de ti,uma luz tão grande que pode transformar o teu olhar,o teu modo de ver o mundo.
 Uma luz,límpida e inconfundível,chamada amor.
 Nunca duvide dos sinais dela,quando se pegar sorrindo,encantada com um raio de sol,um canto de pássaro,ao se ver envolvida,sensibilizada,com a realidade ao teu redor.
Gi Stadnicki.


Adeus Alma Querida


A cada chamado da vida o coração
deve estar pronto para a despedida e para
novo começo, com ânimo e sem lamúrias,
aberto sempre para novos compromissos.
Dentro de cada começar mora um encanto
que nos dá forças e nos ajuda a viver.
Herman Hesse


A morte encerrou o plano naquela vida, mas não encerrou na sua não encerrou na minha.A morte é um túnel assustador e nós somos sugados para dentro desta força poderosa. Ninguém espera pela morte ansiosamente. Temos medo. Há opressão, dor, escuridão... É o desconhecido. Mas, além da escuridão e da dor, há um novo mundo perfeito. Quando, depois da morte, acordarmos naquele radiante mundo novo, nossas lágrimas e dores serão apenas memória. 
Philip Yancey, jornalista americano  
Santo Agostinho: 
A morte não é nada.

A morte não é nada. 
Eu somente passei 
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês, 
eu continuarei sendo.
Me deem o nome 
que vocês sempre me deram, 
falem comigo 
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo 
no mundo das criaturas, 
eu estou vivendo 
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene 
ou triste, continuem a rir 
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi, 
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo 
o que ela sempre significou, 
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora 
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora 
de suas vistas?
Eu não estou longe, 
apenas estou 
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.
                                        
Dos três grandes mistérios — o mistério da vida (ainda não totalmente desvendado), o mistério da morte (ainda profundamente complexo) e o mistério da vida após morte ressurreição (ainda não verificado) — o maior deles é o mistério da ressurreição. Chama-se de mistério tudo aquilo que a inteligência humana é incapaz de explicar ou compreender. É aí que entra a outra faculdade humana, a capacidade de acreditar em Deus, em seus atributos e em sua Palavra. 
Quando o dia cai, a noite o beija e lhe diz ao ouvido: 
'Sou tua mãe a morte, e te hei de dar nova vida'.
Rabindranath Tagore

Lemos e ouvimos as palavras dos santos, porém quantos de nós realmente vivemos seus ensinamentos? Podemos entender o que dizem e estarmos de acordo com eles, mas é muito difícil viver conforme o que eles dizem. Quando vamos a um funeral estamos confrontados com a morte. Em razão dos momentos que passamos ali, reconhecemos a inevitabilidade da morte e ficamos impressionados com isso. Mas, tal é a força de nossas relações com o mundo, que voltando para casa nos esquecemos e nos ocupamos com os afazeres do mundo. Do mesmo modo, quando vamos estar com um santo e escutamos sobre a sabedoria eterna, ainda que impressionados naquele momento, falhamos em viver e agir como nos foi dito. Voltamos para casa e agimos como se fossemos totalmente ignorantes de nossa meta final, de nossa obrigação de nos dedicarmos a ela. Não é suficiente ler sobre espiritualidade. Não é suficiente entender o que os santos dizem. É necessário que levemos os ensinamentos para nossa vida diária, que vivamos de acordo com o que nos ensinam.Fonte: Satsang semanal nº 9 – 2008.
Estou a regressar a casa!
Estou a regressar ao que sou!
Estou a sentir a eternidade.
Estou numa viagem de regresso à minha alma.
Tudo faz agora sentido, tudo tem agora explicação.
Mas, querem saber, as causas, motivos, razões, argumentos e fundamentos...
Já não interessam nada na minha existência eterna.
Que significado têm esses esquemas?
Nada, nada importa.
Só tem valor o meu regresso a casa...
O meu regresso à LUZ!


ADEUS, ALMA QUERIDA:

Adeus, alma querida "Se você ama alguma coisa, deixe-a livre. Se voltar, é sua. Se não voltar, nunca foi." Se, no caminho do teu saara, encontrares uma alma que te queira bem, aceita em silêncio o suave ardor da sua benquerença - mas não lhe peças coisa alguma, não exijas, não reclames nada do ente querido. Recebe com amor o que com amor te é dado - e continua a servir com perfeita humildade e despretensão. Quanto mais querida te for uma alma, tanto menos a explores, tanto mais lhe serve, sem nada esperar em retribuição. No dia e na hora em que uma alma impuser a outra alma um dever, uma obrigação, começa a agonia do amor, da amizade. Só num clima de absoluta espontaneidade pode viver esta plantinha delicada. E quando então essa alma que te foi querida se afastar de ti - não a retenhas. Deixa que se vá em plena liberdade. Faze acompanhá-la dos anjos tutelares das tuas preces e saudades, para que em níveas asas a envolvam e de todo mal a defendam - mas não lhe peças que fique contigo. Mais amiga te será ela, em espontânea liberdade, longe de ti - do que em forçada escravidão, perto de ti. Deixa que ela siga os seus caminhos - ainda que esses caminhos a conduzam aos confins do Universo, à mais extrema distância do teu habitáculo corpóreo. Se entre essa alma e a tua existir afinidade espiritual, não há distância, não há em todo Universo espaço bastante grande que de ti possa alhear essa alma. Ainda que ela erguesse vôo e fixasse o seu tabernáculo para além das últimas praias do Sírio, para além das derradeiras fosforescência da Via Láctea, para além das mais longínquas nebulosas de mundos em formação - contigo estaria essa alma querida... Mas, se não vigorar afinidade espiritual entre ti e ela, poderá essa alma viver contigo sob o mesmo teto e contigo sentar-se à mesma mesa - não será tua, nem haverá entre vós verdadeira união e felicidade. Para o espírito a proximidade espiritual é tudo - a distância material não é nada. Compreende, ó homem/mulher - e vai para onde quiseres! Ama - e estarás sempre perto do ente amado... Em todo o Universo... Dentro de ti mesmo... Fonte: Livro De Alma para Alma - Humberto Rohden, publicado pela Editora Martin Claret)

Não é preciso ter medo da morte do corpo, 
pois [a morte] é um sonho do qual nos
 despertaremos um dia. 
Papa Bento XVI 
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Deve-se aprender a viver por toda a vida e,
por mais que te admires, 
durante toda a vida se deve aprender a morrer. 
Sêneca, filósofo romano 
***
Nada há mais agradável e desejável do que ouvir que a morte, o pecado e o inferno foram aniquilados. Isso aconteceu através de Cristo em nós. 
Martinho Lutero, reformador alemão
  • Quando o dia cai, a noite o beija e lhe diz ao ouvido: 
  • 'Sou tua mãe a morte, e te hei de dar nova vida'.
  • Rabindranath Tagore
A morte encerrou o plano naquela vida, mas não encerrou na sua não encerrou na minha.A morte é um túnel assustador e nós somos sugados para dentro desta força poderosa. Ninguém espera pela morte ansiosamente. Temos medo. Há opressão, dor, escuridão... É o desconhecido. Mas, além da escuridão e da dor, há um novo mundo perfeito. Quando, depois da morte, acordarmos naquele radiante mundo novo, nossas lágrimas e dores serão apenas memória. 
Philip Yancey, jornalista americano
 Os Mistérios da Vida e da Morte
O corpo físico não é tudo. Um corpo é formado por órgãos, cada órgão é composto de células, cada célula de moléculas e cada molécula de átomos. Se fracionamos qualquer átomo, liberamos energia. Os átomos compõem-se de subpartículas, que giram ao redor dos elétrons, de prótons, de nêutrons, etc, etc Tudo isto sabe a física nuclear. Em última instância, o corpo físico se resume em distintos tipos e subtipos de energia. E isto é interessantíssimo.
O próprio pensamento humano é energia. Do córtex cerebral saem determinadas ondas que podem ser sabiamente registradas. Já sabemos que os cientistas medem as ondas cerebrais com aparelhos muito precisos, registrando-as em microvolts.
Assim, em última instância, nosso organismo se resume em diversos tipos e subtipos de energia. A chamada “matéria” nada mais é que energia condensada. Assim disse Einstein: E = mc2 (energia é igual a massa multiplicada pela velocidade da luz ao quadrado).
Einstein também afirmou enfaticamente que a massa se transforma em energia e a energia se transforma em massa. Assim, em última síntese, a chamada matéria não é mais que energia condensada.
O corpo físico tem um fundo ou substrato vital orgânico. Quero referir-me enfaticamente ao Lingam-Sharira dos Teósofos, a condensação biotermoeletromagnética. Cada átomo do corpo vital penetra dentro de cada átomo do corpo físico e o faz 

       O duplo vital ou corpo vital é realmente uma espécie de duplo orgânico e, por exemplo, um braço desse vital sai do braço físico, sentimos que a mão “dorme”, que o braço “dorme”. Quando o braço vital volta a entrar no braço físico, a pessoa sente uma vibração como a que se sente quando um braço “dorme” e queremos “despertá-lo” – uma espécie de formigamento.
Se tirássemos definitivamente o corpo vital de uma pessoa física, e se não voltássemos a trazê-lo, a pessoa física morreria.
Assim, é bem interessante essa questão do corpo vital. Contudo, tal corpo nada mais é que a seção superior do corpo físico, é sua parte tetradimensional. Os vedantinos consideram o corpo vital e o corpo físico como um todo, uma unidade.
Um pouco além desse corpo físico, com sua base vital orgânica, encontramos o “Ego”. O Ego é uma soma de diversos elementos inumanos que carregamos em nosso interior. Tais elementos são denominados ira, cobiça, luxúria, inveja, orgulho, preguiça, gula, etc, etc, etc.
Nossos defeitos são tantos que, ainda que tivéssemos mil línguas para falar e um palato de aço, não acabaríamos de enumerá-los.
Assim, o Ego não é mais que isso. Muitas pessoas entronizam o Ego no coração, constroem-lhe um altar, adoram-no… São equivocados sinceros, supõem que o Ego é divino, e nisto estão completamente enganados. Há os que dividem o Eu em dois: “Eu superior” e “Eu inferior”, e querem que o “Eu superior” controle o “Eu inferior”. Não querem essas pessoas dar-se conta de que seção superior e seção inferior de uma mesma coisa são a própria coisa.
O Eu é tempo, é um livro de muitos volumes. No Eu estão todas as nossas aberrações, todos os nossos defeitos, aquilo que faz de nós verdadeiros animais intelectuais, no sentido mais completo da palavra.
Alguns dizem que o alter ego é divino, e o adoram. É outro tipo de escapatória para salvar o Eu, para minimizá-lo. O Eu é o Eu, e isso é tudo.
A morte é uma subtração de frações. Terminada a operação matemática, o que continua são os valores. Estes valores são positivos e negativos, bons e maus. A eternidade os traga, os devora. Na luz astral, estes valores se atraem e repelem de acordo com as leis da imantação universal.
Esses valores são os mesmos elementos inumanos que constituem o Ego. Estes elementos às vezes chocam-se entre si, ou simplesmente se atraem ou repelem.
A morte é o regresso ao ponto de partida original. Um homem é o que é sua vida. Se não trabalha sua vida, se não trata de modificá-la, é óbvio que está perdendo seu tempo miseravelmente. Um homem não é mais que isso, o que é sua vida. Nós devemos trabalhar nossa própria vida, para fazer dela uma obra-prima.
A vida é como um filme; quando termina, o levamos para a eternidade. Na eternidade revivemos nossa própria vida que acaba de passar. Durante os primeiros dias, o desencarnado, o defunto, costuma ir para a casa onde morreu, e até mora nela. Se morreu, por exemplo, aos 80 anos, continuará vendo seus netos, sentando-se à mesa; isto é, o Ego está perfeitamente convencido de que ainda está vivo e não há nada que possa convencê-lo do contrário.
Para o Ego nada mudou, desgraçadamente. Ele vê a vida como sempre. Se sentará à mesa, pedirá a comida de sempre. Obviamente, seus familiares não o verão mas, no subconsciente, responderão. Em seu subconsciente, porão na mesa a comida, não a comida física, mas formas mentais, semelhantes aos alimentos que o defunto costumava consumir.
O desencarnado pode ver um velório, mas jamais suportaria que esse velório tivesse alguma coisa a ver com ele. Pensa que o velório corresponde a alguém que morreu, a outra pessoa. Nunca pensaria que é o seu, pois sente-se tão vivo que nem suspeita de sua defunção.
Sai às ruas e vê tudo tão exatamente igual que nada poderia fazê-lo pensar que algo aconteceu. Se vai a uma igreja, verá o padre rezando a missa, assistrá ao rito e sairá da igreja perfeitamente convencido de que está vivo. Nada poderia fazê-lo pensar que morreu. Se alguém fizesse tal afirmação, ele sorriria cético, incrédulo, não aceitaria.
O defunto tem que reviver no mundo astral toda a existência que acaba de passar, mas a revive de uma forma muito natural e através do tempo. Identificado com sua existência, na verdade saboreia cada uma das idades da vida que terminou.
Se morreu aos 80, por exemplo, por algum tempo estará acariciando seus netos, sentando-se à mesa e deitando-se na cama. Mas, à medida que vai passando o tempo, ele irá adaptando-se a outras circunstâncias de sua própria existência; vai vivendo a idade dos 79 anos, dos 77, dos 60, etc, etc. Se viveu em outra casa na idade de 60 anos, irá àquela outra casa, e até assumirá o mesmo aspecto psicológico que tinha aos 60 anos. E se aos 50 anos viveu em outra cidade, nesta idade se verá na outra cidade, e assim sucessivamente, ao mesmo tempo que seu aspecto psicológico e sua fisionomia vão se transformando de acordo com a realidade que tenha que reviver.
Aos 20 anos, terá exatamente a fisionomia que tinha àquela idade, aos 10 anos será um menino, até que termine de revisar sua vida passada. Toda a sua vida ficará reduzida a somas e subtrações matemáticas. Isto é muito útil para a consciência.
Nestas condições, o defunto terá que apresentar-se ante os tribunais da Justiça Objetiva, ou justiça celestial. Estes tribunais são completamente diferentes dos da justiça subjetiva ou terrena. Nos tribunais da justiça objetiva reinam apenas a lei e a misericórdia, porque é óbvio que ao lado da justiça, sempre está a misericórdia.
Três caminhos se abrem ante o defunto:
1. umas férias nos mundos superiores, para quem o merece;
2. retornar, de forma mediata ou imediata, a uma nova matriz;
3. descer aos mundos-infernos, até a segunda morte de que falam o Apocalipse de São João e o Evangelho do Cristo.
É óbvio que os que conseguem subir aos mundos superiores passam por uma temporada de grande felicidade.
Normalmente a alma, ou consciência , se encontra “engarrafada” dentro do Eu da psicologia experimental, dentro do Ego que, como já disse a vocês, é uma soma de diversos elementos.
Mas aqueles que sobem aos mundos superiores abandonam o Ego temporariamente. Nestes casos a Alma, ou Consciência, ou Essência, sai desse calabouço horrível que é o Ego, o Eu, para ascender ao famoso Devakán, do qual nos falaram os hindus; uma região de felicidade inefável, no mundo da mente superior do Universo. Ali se goza da autêntica felicidade. Ali o desencarnado se encontra com seus familiares que abandonou no tempo. Encontra-se com o que é, diríamos, a “alma” deles.
Posteriormente, a consciência ou Essência abandona também o mundo da mente, para entrar no mundo das causas naturais.
O Mundo Causal é grandioso. Nele ressoam todas as harmonias do Universo. Ali se sentem de verdade as melodias do infinito. É que cada planeta tem múltiplos sons, os quais, somados entre si, dão uma nota-síntese, que é a nota chave do planeta. O conjunto de notas-chave de cada mundo ressoa maravilhosamente no coral imenso do espaço estrelado, e isto produz um gozo inefável na consciência de todos aqueles que desfrutam a felicidade do Mundo Causal.
No mundo das causas naturais também encontramos os Senhores da Lei, que castigam ou premiam os povos e os homens.
Ali encontramos também os Homens verdadeiros, os homens causais. Ali os encontramos, trabalhando pela humanidade.
No mundo das causas naturais encontramos ainda os Principados, os príncipes dos elementos, do fogo, do ar, das águas e da terra.
A vida palpita intensamente nesse mundo. O mundo causal é precioso… Um azul profundo, como o de uma noite cheia de estrelas, iluminada pela Lua, resplandece sempre no mundo das causas naturais. Não quero dizer que não existam outras cores, mas a cor básica é um azul intenso, de uma noite luminosa, estrelada.
Os que vivem nesta região são felizes, no sentido mais transcendental da palavra.
Mas todo prêmio, toda recompensa, a longo prazo se esgota, tem um limite. Chega o instante em que a alma que entrou no mundo causal tem que regressar, retornar e descerá inevitavelmente para meter-se novamente dentro do Ego, dentro do Eu da psicologia experimental.
Posteriormente essas almas vêm a impregnar o ovo fecundado, para formar um novo corpo físico – se incorporam em um novo corpo físico, voltam ao mundo.
Outro é o caminho que aguarda os que descem aos mundos-infernos. Trata-se de gente que já cumpriu seu tempo, seu ciclo de manifestações, ou que foi demasiado perversa. Tais pessoas involuem dentro das entranhas da terra.
Dante Allighieri nos fala, em sua Divina Comédia, dos nove círculos infernais; ele vê esses nove círculos no interior da terra.
Nossos antepassados de Anahuac, na grande Tenochtitlán, falam claramente do Mixtlán, a região infernal, que eles também situam no interior de nosso globo terrestre.
De forma diferente de algumas outras seitas e religiões, para nossos antepassados de Anahuac, como vimos em seus códices, a passagem pelo Mixtlán é obrigatória e o consideram simplesmente como um lugar de provação, onde as almas são provadas; se conseguem passar pelos nove círculos, inquestionavelmente ingressarão no Éden, no paraíso terrestre.
Para os Sufis maometanos, o inferno não é tampouco um lugar de castigo, mas de instrução para a consciência e de purificação. Para o Cristianismo, em todos os lugares do mundo, o inferno é um lugar de castigo e de penas eternas. Contudo, o círculo secreto do Cristianismo, a parte oculta da religião cristã, é diferente.
Na parte oculta de qualquer movimento cristão se encontra a Gnose.
O Gnosticismo Universal vê o inferno não como um lugar de penas eternas e sem fim, mas como um lugar de expiação, de provação e de instrução para a consciência.
É óbvio que tem que haver dor nos mundos-infernos, pois a vida é terrivelmente densa no interior da terra, sobretudo neste nono círculo, onde está esse núcleo concreto de matéria terrivelmente dura; aí se sofre o indizível. Em todo o caso, os que ingressam na involução submersa do reino mineral devem passar, cedo ou tarde, por isso que se chama, no Evangelho Crístico, a Segunda Morte.
Ao estudar essa questão do inferno Dantesco, o Gnosticismo Universal nunca considera que o castigo não tenha um limite.
Consideramos que Deus, sendo eternamente justo, não poderia cobrar de ninguém mais do que aquilo que deve, pois toda culpa, por mais grave que seja, tem um preço e uma vez pago o preço, nos pareceria absurdo continuar pagando.
Aqui mesmo, em nossa justiça terrena, justiça totalmente subjetiva, vemos que se alguém vai para a prisão por qualquer delito, uma vez pago o delito é posto em liberdade. Nem as autoridades terrenas aceitariam que um preso continuasse na prisão depois de haver pago sua pena. Há casos de presos que se acomodam tanto na prisão que, chegado o dia de sair, têm que ser tirados à força.
Assim, toda falta, por mais grave que seja, tem seu preço. Se os juízes sabem disso, quanto mais a Justiça Divina. Se não fosse assim, Deus seria um tirano e bem sabemos que, ao lado da Justiça Divina, nunca falta a misericórdia. Não poderíamos de maneira alguma, qualificar a Deus como tirano; isto equivaleria a blasfemar, e não gostamos da blasfêmia.
A Segunda Morte é, pois, o limite do castigo, no inferno Dantesco. Se o inferno foi chamado de Tartarus na Grécia, ou Averno em Roma, ou Avitch na Índia, ou Mixtlán, na antiga Tenochtitlán, pouco importa. Cada país, cada religião, cada cultura, soube da existência do inferno e o qualificou com algum nome.
Para os habitantes da grande Hespéria (ou país das Hespérides), como lemos na divina Eneida, de Virgílio, o poeta de Mântua, o inferno é a morada de Plutão, aquela região cavernosa onde Enéas, o troiano, encontrou Dido, aquela rainha que se matou por amor, enamorada dele mesmo, após haver jurado lealdade às cinzas de Siqueu.
A Segunda Morte costuma ser muito dolorosa. O Eu sente que se faz em pedaços, caem seus braços e pernas, e sofre um desmaio tremendo. Momentos depois a Essência, ou o que há de alma metida no Ego, fica livre, pois o Ego foi destruído.
A Essência emancipada, liberada, assume então a figura de uma criança belíssima. Os Devas da Natureza examinam a Essência liberada para certificar-se que não existe nela mais nenhum elemento subjetivo do Ego, e, em seguida, outorgam à alma a carta de liberação.
Nestes instantes felizes, a alma do falecido penetra por certas portas atômicas, que lhe permitem sair novamente à luz do sol. E então, sobre a epiderme de nosso mundo, a Essência livre, como elemental da natureza, reinicia uma nova evolução.
Os elementais da natureza são de vários tipos. Como autoridade nesta matéria, temos Franz Hartmann, com seu livro “Os Elementais”. Temos ainda Paracelso, o grande médico, Felipe Teofrastus Bombastus de Hohenheim, Aureola Paracelso.
Em todo o caso, os elementais são a consciência dos elementos, pois sabemos que o fogo, o ar, a água, e a terra não são meramente físicos, como supõem os “ignorantes ilustrados”. São, mais exatamente, veículos de consciências simples, diríamos primigênias, no sentido mais transcendental da palavra. Assim, os elementais são os princípios de consciência dos elementos, no sentido transcendental ou essencial da palavra.
É óbvio que os que passaram pela Segunda Morte saem à superfície do mundo, reiniciam novos processos evolutivos.
Deverão começar pelo mineral, a pedra; prosseguirão pelo vegetal, o animal e por último, terão acesso à vida humana, ou seja, será reconquistado o estado humanóide outrora perdido.
É interessantíssimo ver esses gnomos ou pigmeus, entre as rochas, anõezinhos pequenos com sua longa barba branca. É óbvio que isto que dizemos, em pleno século XX, parece muito estranho… É porque as pessoas se tornaram agora tão complicadas, a mente se desviou tanto das simples verdades da natureza, que dificilmente não poderiam aceitar de bom grado estas coisas.
Este tipo de conhecimento é mais bem aceito pelas pessoas simples, que não têm tantas complicações no intelecto.
Em todo o caso, quero dizer-lhes que é interessantíssimo o ingresso dos elementais minerais na evolução vegetal. Cada planta é o corpo físico de um elemental vegetal. Estes elementais das plantas têm consciência, são inteligentes, e há grandes esoteristas que sabem manipulá-los ou manejá-los à vontade. Quem os conhece pode, por meio deles, atuar sobre os elementos da natureza.
Um pouco além dos elementais vegetais, temos os elementais do reino animal. Indubitavelmente, só os elementais vegetais avançados têm direito a ingressar em organismos animais. No reino animal, a evolução sempre começa por organismos simples.
Vai-se evoluindo e vai-se também complicando a vida. E chega o momento em que o elemental animal pode assumir organismos muito complexos.
Posteriormente, reconquista o estado humano que outrora havia perdido. Ao chegar a este estágio, a Essência, a Consciência ou Alma, recebe novamente 108 vidas, para sua auto-realização íntima. Se durante essas 108 vidas não se consegue a Auto-realização Íntima do Ser, a Roda da Vida prossegue girando. Então se desce novamente às entranhas da reino mineral, com o propósito de eliminar da Essência todos os elementos indesejáveis que de uma ou outra forma aderiram à psique. E repete-se o mesmo processo. Conclusão: a roda gira 3 mil vezes.
Se em 3.000 ciclos de 108 vidas a Essência não se auto-realiza, todas as portas se fecham e a Essência, convertida em um elemental inocente, submerge no seio da Grande Realidade, no grande Alaya do Universo, no Espírito Universal da Vida, ou Parabrahaman, como o denominam os hindus, a Grande Realidade.
Esta é então a vida dos que descem ao interior da terra. Vemos então que, depois da desencarnação, uns sobem aos mundos superiores para umas férias, outros descem às entranhas da terra e outros retornam, de maneira mediata ou imediata, voltam, se reincorporaram para repetir sua existência aqui neste mundo.
Enquanto alguém tenha que retornar, ou regressar, tem que repetir sua própria vida.
Já dissemos que a morte é o regresso ao ponto de partida original. Já lhes expliquei também que depois da morte, na eternidade, na luz astral, temos que reviver a vida que acaba de passar.
Agora direi que ao voltar, ao regressar, temos que repetir toda a nossa vida sobre o tapete da existência.
No primeiro caso, mencionei unicamente a Lei da Transmigração das Almas; que aqueles que completam o ciclo de 108 existências, devem descer às entranhas do mundo. Posteriormente, depois que o Ego esteja morto (pela Segunda Morte), voltam a evoluir desde o mineral até o homem; esta é a Doutrina da Transmigração.
Agora, estou falando da Doutrina do Eterno Retorno de todas as coisas, junto com essa outra lei, a Doutrina de Recorrência.
Se alguém, em vez de descer às entranhas da terra, retorna de forma mediata ou imediata aqui ao mundo, é óbvio que terá que repetir sua vida, a vida que terminou.
Vocês dirão que isto é muito chato, todos estamos aqui repetindo o que fizemos na existência passada, no passado retorno. Mas é mesmo tremendamente chato, mas os culpados somos nós mesmos porque, como já lhes disse, um homem é o que é sua vida. Se nós não modificarmos nossa vida, temos então de repeti-la incessantemente.
Desencarnamos e voltamos a tomar corpo. Para quê? Para repetir o mesmo. Voltamos a desencarnar e a tomar corpo, para repetir o mesmo, até que chega o dia em que temos que ir com nossa “música” para outra parte; teremos que descer às entranhas do mundo, até a Segunda Morte.
Mas pode-se evitar essa repetição. Tal repetição é o que se conhece como Lei de Recorrência. Tudo volta a ocorrer tal como sucedeu. Mas por quê – dirão vocês – porque tem-se que repetir o mesmo? Bem, isto merece uma explicação.
Antes de mais nada, quero que saibam que o Eu não é algo autônomo, auto-consciente ou individual. Certamente, o Eu é uma soma de “eus”, no plural. A psicologia comum e corrente, a psicologia oficial, pensa no Eu como uma totalidade. Nós pensamos no Eu como uma soma de “eus”.
Porque um é o Eu da ira, outro é o Eu da cobiça, outro o Eu da luxúria, outro o da inveja, outro o da preguiça, outro o da gula, são diversos Eus; não há um só Eu, mas vários, dentro de nosso organismo.
É óbvio que a pluralidade do Eu serve de fundamento à Doutrina dos Muitos, tal como é ensinada no Tibet Oriental. Em apoio à Doutrina dos Muitos está o Grande Kabir Jesus. Dizem que Ele tirou do corpo de Maria Madalena sete demônios. Não há dúvida de que se trata dos sete pecados capitais: Ira, Cobiça, Luxúria, Inveja, Orgulho, Preguiça, Gula. Cada um desses sete é “cabeça de legião” e como já lhes disse, ainda que tivéssemos mil línguas para falar e um palato de aço, não conseguiríamos enumerar todos os nossos defeitos cabalmente.
Cada defeito é um Eu. Assim, temos muitos Eus-defeitos. Se qualificarmos tais Eus-defeitos de demônios, não estaremos equivocados. No Evangelho Crístico, pergunta-se ao possesso qual é seu nome verdadeiro, e ele responde: “Sou legião. Meu verdadeiro nome é Legião”.
Assim, cada um de nós no fundo é uma legião, e cada Eu-demônio da legião quer controlar o cérebro, quer controlar os sete centros principais da máquina orgânica, quer destacar-se, “subir”, “chegar ao topo da escada “, fazer-se sentir, etc.
Cada Eu-demônio é como uma pessoa dentro de nosso corpo. Se dissermos que dentro de nossa Personalidade vivem muitas pessoas, não estaremos equivocados; em verdade , assim é.
Assim, a repetição mecânica dos diversos eventos de nossa existência passada se deve, certamente, à multiplicidade do Eu.
Vamos citar casos concretos. Suponhamos que na existência passada, na idade de 30 anos, tivemos uma briga com outro sujeito em um bar. Caso comum da vida….
É óbvio que o Eu da ira foi personagem principal da cena. Depois da morte, esse Eu-defeito continua na eternidade e, na nova existência, continua no fundo de nosso subconsciente, aguardando que chegue à idade dos 30 anos para voltar a um bar; em seu interior há ressentimento, e deseja encontrar outra vez o sujeito daquele acontecimento.
Por sua vez, o outro sujeito que tomou parte naquele evento trágico no bar também tem seu Eu, o Eu que quer vingar-se e que permanece no fundo do subconsciente aguardando o instante de entrar em atividade.
Assim, ao chegar à idade de 30 anos, o sujeito, ou melhor, o Eu do sujeito, o Eu da ira, o Eu que tomou parte naquele evento trágico, no subconsciente diz: “Tenho que encontrar-me com fulano….”; por sua vez, o outro diz: “Tenho que encontrar-me com o tal…” E, telepaticamente se falam, se põem de acordo e marcam um encontro em algum bar…. Encontram-se fisicamente, pessoalmente, na nova existência, e repetem a cena tal como aconteceu na passada existência.
Isso tudo é feito fora das vistas do nosso intelecto, por baixo do nosso raciocínio, simplesmente somos arrastados a uma tragédia, somos levados inconscientemente a repetir a mesma coisa.
Agora, vejamos o caso de alguém que, à idade de 30 anos, em sua existência passada, teve uma aventura amorosa, um homem com uma mulher.
Aquele Eu da aventura, depois da morte, continua vivo na eternidade. Ao regressar, ao se reincorporar em outro organismo, aquele Eu da aventura continua vivo, aguarda no fundo do subconsciente, nos transfundos inconsciente da vida, da psique, o momento de entrar novamente em atividade.
Chegando à idade da aventura passada, aos 30 anos, diz: “Bem, este é o momento. Agora vou procurar a mulher dos meus sonhos…” Por sua vez, o Eu da mulher dos seus sonhos, o da aventura, diz o mesmo: “Chegou a minha hora, vou procurar aquele homem…” E por baixo (da consciência), os dois Eus se comunicam telepaticamente, marcam um encontro, e cada um arrasta a Personalidade, às costas da nossa inteligência, às costas do “ministério da intelectualidade”. Vem o encontro, e se repete a aventura.
Assim, e ainda que pareça incrível, nós não fazemos nada, tudo nos acontece como quando chove ou como quando troveja.
Se alguém teve em uma passada existência uma disputa por bens materiais, uma casa por exemplo, o Eu daquela disputa continua vivo, e assim também na nova existência, escondido entre as dobras da mente, aguardando o momento de entrar em atividade.
Se o pleito foi aos 50 anos, ele aguarda que chegue aos 50 anos, e então diz: “chegou minha hora”.
Certamente que aquele com quem teve o litígio também diz o mesmo, nesse mesmo instante, e se reencontram para outro litígio, repetem a cena.
Então, na verdade, nem sequer temos livre-arbítrio, tudo nos acontece, tudo nos acontece como quando chove ou quando troveja…
Há uma pequena margem de livre-arbítrio, muito pouco. Imaginem um violino dentro de seu estojo. Há uma margem mínima de movimentos para esse violino. Assim também é nosso livre-arbítrio; é quase nulo. Há essa pequena margem, imperceptível, se soubermos aproveitá-la, pode acontecer que então nos transformemos radicalmente e nos liberemos da Lei de Recorrência.
Temos que saber aproveitar isso, mas como?
É que na vida prática temos que nos tornar um pouquinho mais auto-observadores. Quando a pessoa aceita que tem uma psicologia própria, começa a observar-se a si mesma, e quando alguém começa a observar-se a si mesmo começa também a tornar-se diferente de todo o mundo.
É na rua, em casa, no trabalho, que nossos defeitos, esses defeitos que levamos escondidos, afloram espontaneamente. E se estamos alertas e vigilantes como a sentinela em tempo de guerra, então os vemos.
Defeito descoberto deve ser julgado, através da análise, da reflexão e da meditação íntima do Ser, com o objetivo de compreendê-lo. Quando alguém compreende tal ou qual Eu-defeito, então está devidamente preparado para desintegrá-lo atomicamente.
E é possível desintegrá-lo? Sim, é possível. Mas necessitamos de um poder que seja superior à mente. Porque a mente por si mesma não pode alterar fundamentalmente qualquer defeito psicológico. Pode passá-lo de um nível mental a outro, pode ocultá-lo ou condená-lo, etc., mas jamais alterá-lo radicalmente.
Necessitamos de um poder que seja superior à mente, um poder que possa desintegrar qualquer Eu-defeito. Esse poder está latente no fundo de nossa Psique; é só questão de conhecê-lo para aprender a usá-lo. Tal poder é denominado no Oriente, na Índia, Devi Kundalini, a serpente ígnea de nossos mágicos poderes. Na grande Tenochtitlán, era denominado Tonantzin. Entre os alquimistas da Idade Média, recebe o nome de Stella Maris, a Virgem do Mar. Entre os hebreus, tal poder recebia o nome de Adonia; entre os cretences era conhecido com o nome de Cibeles. Entre os cristãos é Maria, Maya, isto é Deus-Mãe.
Nós muitas vezes pensamos em Deus como Pai; bem vale a pena pensar em Deus como Mãe, como Amor, como misericórdia. Deus-Mãe habita no fundo de nossa Psique, isto é, está no Ser, mas derivada.
Façamos a distinção entre o Ser e o Eu. O Ser e o Eu são incompatíveis, são como a água e o azeite, que não podem misturar-se.
“O Ser é o Ser, e a razão de ser do Ser é o próprio Ser”.
O Ser é o que é, o que sempre foi e o que sempre será. É a vida que palpita em cada átomo, como palpita em cada sol.
Assim, Deus-Mãe é uma variante de nosso próprio Ser. É nosso próprio Ser. Mas, derivado. Isto significa que cada qual tem sua Mãe Divina particular, íntima, Kundalini, como dizem os hindus. Estou de acordo com esse termo e considero que cada um de nós pode invocar a Divina Mãe Kundalini, em meditação profunda, e então suplicar-lhe que desintegre aquele Eu-defeito que tenha compreendido perfeitamente através da meditação.
A Divina Mãe o desintegrará, o reduzirá a poeira cósmica. Ao desintegrar-se o defeito, libera-se a essência anímica. Dentro de cada Eu-defeito, há certa porcentagem de essência anímica engarrafada.
Se desintegramos um defeito, liberamos essência anímica, se desintegramos dois defeitos, liberamos mais essência anímica; e se desintegramos todos os defeitos psicológicos que temos em nosso interior, então liberamos totalmente a Consciência.
Uma Consciência liberada é uma consciência que desperta, uma consciência desperta. É uma consciência que poderá ver, ouvir, tocar os grandes mistérios da vida e da morte. É uma consciência que poderá experimentar, por si mesma e de forma direta, Isso que é o Real. Isso que é a Verdade. Isso que está além do corpo, das emoções e da mente.
Quando se perguntou ao Grande Kabir Jesus “o que é a Verdade”, Ele guardou silêncio. E quando fizeram a mesma pergunta ao Buda Gautama Sakyamuni, o príncipe Siddharta, deu as costas e se retirou.
A verdade é o desconhecido de momento a momento, de instante em instante. Só com a morte do Ego vem a nós Isso que é a verdade. A verdade tem que ser experimentada, como quando alguém põe o dedo no fogo e se queima.
Uma teoria em relação à verdade, por bela que seja, não é a verdade. Uma opinião sobre a verdade, por muito venerável e respeitável que seja, tampouco é a verdade. Qualquer idéia que tenhamos sobre a verdade não é a verdade, ainda que seja bem luminosa. Qualquer tese que possamos formular com relação à verdade tampouco é a verdade.
A verdade tem que ser experimentada, repito, como alguém põe o dedo no fogo e se queima. Está além do corpo, das emoções e da mente. A verdade só pode ser experimentada em ausência do Eu psicológico. Sem haver dissolvido o Eu, não é possível a experiência do Real.
O intelecto, por brilhante que seja, por mais teorias que possua, não é a verdade. Como disse Goethe, em seu Fausto, “Toda teoria é cinza; só é verde a árvore de dourados frutos que é a vida”.
Assim, nós necessitamos desintegrar o Ego da psicologia. Só assim poderemos experimentar a Verdade. Jesus, o Cristo, disse: “conhecei a Verdade, e ela vos fará livres”. Nós necessitamos experimentá-la diretamente.
Quando alguém realmente consegue destruir o Ego, libera-se da Lei de Recorrência, faz de sua vida uma obra-prima, converte-se em um gênio, em um iluminado, no sentido mais completo da palavra.
Quando alguém libera sua Essência, é óbvio que consegue a verdade. A Essência deve ser liberada. E não é possível liberá-la se não dissolvemos o Eu da psicologia. Os que louvam o Eu são ególatras por natureza. O Eu é adorado pelos mitômamos, porque são mitônamos. O Eu é adorado pelos paranóicos, porque são paranóicos. Pelos ególatras, porque são ególatras.
A vida sobre a face da Terra seria diferente se nós dissolvêssemos o Ego, o Eu. Então a Consciência de cada um de nós, desperta e iluminada, irradiaria Amor e haveria paz sobre a Terra. A paz não é questão de propaganda, nem de apaziguamentos, nem de exércitos nem de O.E.A., nem de O.N.U., ou nada semelhante. A paz é uma substância que emana do Ser, que vem das próprias entranhas do Absoluto.
Não pode haver paz no mundo, não pode haver verdadeira tranquilidade em todos os rincões da Terra, enquanto os fatores que produzem guerras existam em nosso interior.
É claro que, enquanto dentro de cada um de nós haja discórdia, no mundo haverá discórdia. A massa não é mais que uma extensão do indivíduo; o que é o indivíduo, é a massa, e o que é a massa é o governo, é o mundo. Se o indivíduo se transforma, se o indivíduo elimina de si mesmo os elementos do ódio, da violência, da discórdia, etc, se consegue destruir o Ego, para que sua Consciência fique livre, só haverá nele Isso que se chama Amor.
Se cada indivíduo dissolvesse o Ego, as massas seriam massas de Amor. Não haveria guerras, não haveria ódio. Mas, em verdade, não poderá haver paz no mundo enquanto exista o Ego.
Alguns afirmam que, do ano 2.001 ou 2.007 em diante, virá uma era de fraternidade, de Amor. Mas eu, pensando aqui em voz alta, pergunto a mim mesmo e pergunto a vocês: de onde vamos tirar essa era de fraternidade, de paz entre os homens de boa vontade?
Vocês crêem que o Ego da psicologia, com seus ódios, com seus rancores, com suas invejas, com suas ambições, com sua luxúria, pode criar uma Idade de Amor, de felicidade, etc, etc?
É óbvio que não. Para que reine de verdade a paz neste mundo, temos que morrer em nós mesmos, destruir o que temos de inumano em nós; o ódio que carregamos, as invejas, os ciúmes espantosos, essa ira que nos faz tão abomináveis, essa fornicação que nos faz bestiais, etc, etc.
Enquanto tais fatores continuarem existindo dentro de nossa Psique, o mundo não poderá ser diferente. Ao contrário, se tornará pior, porque através do tempo o Ego irá se tornando cada vez mais poderoso, mais forte e conforme o Ego se manifeste com mais violência, o mundo irá se tornando mais tenebroso.
Do jeito que vamos, se não trabalharmos sobre nós mesmos, chegará o dia em que nem sequer poderemos existir, porque nos destruiremos violentamente uns aos outros.
Se se continuasse robustecendo indefinidamente o Ego, assim como vamos, chegaria o momento em que ninguém poderia ter segurança de sua vida, ou seu lar. Um mundo onde a violência terá chegado ao máximo, e onde ninguém poderá ter segurança de sua existência.
Assim, creio firmemente que a solução de todos os problemas do mundo está precisamente na dissolução do Eu.
(Samael Aun Weor, Os Mistérios da Vida e da Morte)







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Nadja Feitosa